terça-feira, 26 de abril de 2011

Amamentação na Sala de Parto


Por Kátia Dantas

Amamentação é um ato fisiológico e biologicamente determinado, mas que sofre influências emocionais, sociais, políticas e culturais.

A primeira hora após o nascimento é excelente para iniciar a amamentação, visto que o recém-nascido usualmente está bem alerta e atento, com reflexo de sucção ativo, estimulando precocemente a produção de ocitocina e prolactina. Desde que mãe e a criança se encontrem em boas condições, a equipe de saúde que assiste ao parto deverá favorecer o contato íntimo entre ambos, criando um ambiente de tranqüilidade e apoio.

A amamentação na primeira hora de vida é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa é uma das estratégias prioritárias para a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno no País e baseia-se na capacidade de interação dos recém-nascidos (RN) com suas mães nos primeiros minutos de vida. Esse contato é importante para o estabelecimento do vínculo mãe-bebê, além de aumentar a duração do aleitamento materno; a prevalência de aleitamento materno nos hospitais e reduzir a mortalidade neonatal. Entretanto, a prática da amamentação na primeira hora de vida no Brasil é relativamente baixa (43%) (Pesquisa Nacional de Demográfica e Saúde da Criança e da Mulher, 2008).

Nas últimas décadas, um dos fatores que contribuiu para o declínio da prática tradicional da amamentação, mesmo que involuntariamente, foi o emprego da tecnologia moderna na assistência ao parto. Com o progresso científico e as novas descobertas no campo da assepsia, cirurgia, anestesia, antibioticoterapia e hemotransfusão, os riscos hospitalares diminuíram e ampliaram-se as intervenções, resultando num aumento progressivo de cesáreas. Também foram criadas rotinas hospitalares que, por razões supostamente científicas ou visando uma melhor organização dos serviços, promoveram a separação da mãe do recém-nascido logo após o nascimento, tendo impacto negativo sobre a amamentação. A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1989, estabeleceu recomendações sobre a tecnologia adequada para a assistência ao parto e algumas delas estão diretamente relacionadas à amamentação por influenciarem diretamente na recuperação materna e o recém-nascido: o índice de cesáreas não deve ser superior a 15%; não se deve praticar a administração de rotina de analgesia e anestesia, pois algumas drogas utilizadas durante o trabalho de parto e o parto podem provocar sonolência na mãe e no recém-nascido; a indução do parto deve ser indicada com critério médico e em um serviço não deve ultrapassar a taxa de 10%.

REFERENCIAS

BOCCOLINI, C.S. et al. Fatores associados à amamentação na primeira hora de vida. Rev Saude Publica, vol 45, n°1, pag 69-78. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v45n1/1717.pdf. Acesso em abril de 2011.

MORAES, J.F.; GODOI, C.V.C.; FONSECA, M.R.C.C. Fatores que Interferem na Assistência Humanizada ao Parto. SAÚDE REV, vol 8, nº19, pag 13-19. Piracicaba 2006. Disponível em: http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/saude19art02.pdf. Acesso em abril de 2011.

PILLEGI, M.C. et al. A amamentação na primeira hora de vida e a tecnologia moderna: prevalência e fatores limitantes. Einstein, vol 6, nº4, pag 467-72. São Paulo, 2008. Disponível em: http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/1021-Einsteinv6n4port_467-472.pdf. Acesso em abril de 2011.



2 comentários:

  1. muito bem katinha .. sou totalmente a favor ..e com certeza farei no meu parto ..

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  2. Minha filha de 5 anos é intolerante a lactose e alergica a ovo e peru. Ovo implica em medicamentos pois a albumina é uma proteina utilizada como veiculo de medicamento alem de ser impossibilitada de tomar vacina da febre amarela. Tenho uma duvida inclusive, vi na tv que a nova campanha contra a gripe informa que alergicos a ovo podem tomar? é certo isso? qual a forma de cultivo do virus para a vacina que nao seja em ovo de galinha?

    meu email é: tabadalima@hotmail.com

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