quarta-feira, 25 de maio de 2011

Relação entre as doenças respiratórias e o aleitamento artificial



Por Kátia Dantas

As infecções respiratórias agudas desde a década de 1960 são consideradas importante causa de morbidade e mortalidade em crianças menores de cinco anos de idade, conferindo uma das principais causas de consulta e hospitalização pediátrica nos países em desenvolvimento. Entre 30 e 60% das consultas e entre 20 e 40% das hospitalizações de crianças menores de 5 anos são decorrente de pneumonia.

Entre os fatores de risco para o desenvolvimento das insuficiências respiratórias está a falta ou curta duração do aleitamento materno. A importância do leite materno nestas patologias é justificada pela presença de substancias antivirais e antibacterianas no leite materno, células imunologicamente ativas e os estimulantes do sistema imunológico das crianças.



Somente no final da década de 80 ficou claro que a amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida é mais segura do que outros tipos de alimentação da criança. O efeito protetor do leite materno contra diarréias e doenças respiratórias pode diminuir substancialmente quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer outro alimento, incluindo água ou chás. Isso se deve ao fato de que a criança não amamentada exclusivamente recebe menos fatores de proteção existentes no leite materno, além de receber alimentos ou água, com freqüência, contaminados.

Em Pelotas, RS, um estudo caso-controle mostrou que as chances de morrer eram bem maiores em crianças que receberam outro tipo de leite. Outro estudo mostrou o efeito do uso de leite artificial nas taxas de internação por pneumonia. Em crianças não amamentadas nos primeiros 3 meses, a chance de hospitalização foi 61 vezes maior do que em crianças amamentadas exclusivamente.



O leite materno é um elemento completo e vivo, impossível de copiar, porque atualmente não se conhecem todos os seus elementos. Mesmo que fosse possível imitar artificialmente ou biotecnologicamente todos os seus componentes, não se poderia conseguir os mesmos efeitos que o leite materno produz no organismo. Ainda não há experiência científica suficiente que consiga fabricar um alimento mais especificamente feito para um bebê que o leite da mãe. É o leite de todos os mamíferos e está adaptado às características das suas crias, pelo que tem propriedades diferentes para o crescimento e desenvolvimento de cada espécie.



Referencias:

ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA,E.M.A. Nutrição em obstetrícia e pediatria. 2º Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2009.

CARDOSO, L. Aleitamento materno: uma prática de educação para saúde no âmbito da enfermagem obstétrica. Dissertação de Mestrado em Educação. Instituto de Educação e Psicologia – Universidade do Minho, Braga, 2006. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/6680/1/L%25C3%25ADdiaCardoso%2520-%2520Vers%25C3%25A3o%2520Final.pdf. Acesso em maio de 2011.

GIUGLIANI, E.R.J. O aleitamento materno na prática clínica. J. Pediatr, vol 76, nº 3, pg 238-252, Rio de Janeiro, 2000. Disponível em> http://74.125.155.132/scholar?q=cache:nZ5mwTX5y0YJ:scholar.google.com/+pneumonia+e+leite+artificial&hl=pt-BR&as_sdt=0. Acesso em maio de 2011.

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